Rádio Nação Ruralista

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

JORNAL NAÇÃO RURALISTA



Grijalva Maracajá Henriques*
                Outro dia recebi um exemplar de um jornal, bem feito danado. Moderno, papel do bom, legível, ótimas fotos. Comecei a ler as matérias e fui vendo as coisas do Cariri apresentar-se de uma maneira diferente de outras publicações. Fiquei encantado com o bichinho.
                Perguntei a Fernando Coutinho quem o havia preparado, ele então disse: Eu, Telma e Vanessa. Comecei a rir me lembrando de uma história que um morador de um nosso sítio “Cerquinha das Laranjas” Penedo – Alagoas, de nome Zé Vicente contava.
                Um cidadão, morador das brenhas bem distante de tudo, um dia recebeu um convite para ser padrinho de um menino, filho de um vizinho. Esperaram o dia da missa, realizada no povoado mais próximo e lá se foram, com suas roupas mais novas para enfrentar o padre.
Como de costume, primeiro foram conversar com a carola que arrumava a pequena capelinha, e anotava o nome das crianças que iam se batizar. Logo notou que os dois não tinham o menor conhecimento dos Sacramentos da Santa Igreja. Avisou ao padre que os chamou em particular e começou a fazer umas simples perguntas.
- Você sabe que é a Santíssima Trindade? – O padrinho, encheu os pulmões e disse:
- Oxênte seu padre e como não devera saber, sou eu, compadre Chico e o nêgo Totonho. – O velho padre esbarrou por aí.
Achei a história parecida com a de Fernando e família, pela simplicidade e objetividade como ele contou a origem do fuxiqueiro. Era muito bom pra ser feito por marido, mulher e filha, apenas com uma ajuda técnica do diagramador. Fiquei orgulhoso de ver mais um Maracajá botando suas garras de fora. É um jornal de primeiro mundo mesmo. Chama-se Nação Ruralista. Por enquanto ainda é mensal – Dizendo Tudo Com Imparcialidade.
Chegou mesmo na hora, pois se ouve na mídia um debate acalorado sobre uma medida do Supremo Tribunal, liberando a obrigatoriedade de empresas de comunicação só poder contratar pessoas com diploma de curso superior.
E aí, leiam o jornal do caririzeiro e me digam se é preciso um doutor para fazer melhor. Chama-se talento, vocação, dom, isso já vem “… De outras eras, do cosmopolitismo das moneras…”.
Sendo assim, como pensam alguns acadêmicos, onde ficam os célebres cronistas, os renomados cantores, os pintores famosos, os escritores imortais, os grandes locutores, os artistas de teatro que enriquecem este mundo de meu Deus, sem nunca ter gasto os bancos das universidades.
Se a briga continuar, e se quiserem expurgas essa gente sem título que não são cometas e sim estrelas, e mandarem proibir meu primo Fernando de publicar o danado do jornal, vamos ressuscitar Antonio Silvino e mais alguns cangaceiros e vamos pegar nas armas!
*Não sou Escritor e nem tampouco jornalista, apenasmente, um simples historiador.
Campina Grande, 26 de novembro de 2007.

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